Sabe aquele dia em que tudo parece não fazer sentido e você acaba se perguntando como é que aconteceu, como chegamos a esse ponto?! E você acaba ali, no canto, sentindo a maior das solidões, aquelas que se sente quando se tem o mundo e ao mesmo tempo não tem ninguém.
E você sente a pior das dores, por esperar das pessoas aquilo que está disposto a oferecer por elas. E vem na mente aquela angútia e a promessa de que as coisas vão mudar, e que você vai fazer tudo diferente. E aí você acredita uma, duas, três, quatro vezes, ou quantas forem preciso até entender que não adianta querer ser diferente sem se sentir você. Eu sou assim, não consigo não ser e é por isso que tomo todas essas rasteiras da vida, e acabo vivendo sempre com esse sentimento.
Hoje eu vejo que fiz a minha parte, quis ser para a minha família, para os meus amigos e namorado, tudo o que podia! Quis ser o meu melhor! E eu realmente me dediquei a isso, engoli muitos sapos, aguentei muita dor, ofereci muitos sorrisos, ainda que com as falhas de qualquer ser humano.
E eu sou sim imperfeita, mas eu juro que tento trazer o melhor que eu posso. Só não sei qual é o limite entre dar e não receber. Não sei até quando dá para guardar tudo isso, presenciar tantas coisas, ouvir tantas palavras de ofensa e sem fundamento, aceitar as coisas como elas estão.
E eu veo que no meio de tudo isso me perdi. O meu choro é inconsolável, e o meu amparo desamparado. E tudo o que me sobra são as lembranças, os sonhos e a esperança de que amanhã pode tudo melhorar.