terça-feira, 9 de outubro de 2012

heróis esquecidos

Infelizmente o tempo, às vezes, é mesmo muito injusto com algumas pessoas. Vivemos tanto tempo fazendo as coisas pensando no nosso futuro e nos outros, e quando nos damos conta muita coisa já passou, muita coisa foi perdida.
Muitos de nós somos assim, mudamos partes de nossas vidas pelo próximo. Acredito que no mundo tenham várias pessoas que agem dessa forma, que se colocam de lado para fazer pel
o outro, para cuidar, educar, dar amor. São sacrifícios que muitas vezes não são reconhecidos. Vejo isso em pais, mães, avôs e avós por aí. É alguém que você admira e que está do seu lado em momentos bons e ruins, nas alegrias e tristezas, durante toda vida, mas que por algum motivo, em algum momento é deixado de lado.
O tempo é cruel com as pessoas, não sei até que ponto o avanço científico para prolongar a vida é válido. Você vive a sua vida fazendo pelos outros e quando precisa receber, nem que seja um pouco de amor, encontra-se só. O tempo passa, as limitações vêm com ele, as pessoas passam por sua vida, você passa pela vida delas, mas o que fica de tudo isso?
É triste demais ver que em muitos casos, você vive a vida para chegar ao fim dela e ser esquecido por tudo o que fez e tentou fazer. Rala o tempo todo, faz tudo o que está ao seu alcance e depois ainda em vida, parece não existir mais. Torna-se um peso para alguns e em outros casos nem isso, pois inexiste na vida dos que passaram por você e que são fruto do seu esforço, do seu amor.
Muitas das pessoas só se tornam heróis depois que morrem, quando muitos choram a sua volta e lembram o quão bom você foi enquanto viveu, ainda que não tenha sido. Justificam a ausência, a falta de consideração e a ingratidão com a falta de tempo, os problemas e as dificuldades do dia-a-dia, como se isso não existisse na vida de qualquer um.
Um abraço, um carinho, uma ligação, uma visita, um reconhecimento podem fazer muita diferença para quem tem tantas memórias e tanto amor guardado no coração.
Quem são seus heróis? Quem são os responsáveis pelo seu sucesso, pela sua saúde, por você estar aqui hoje?

domingo, 5 de agosto de 2012

Rezo, não oro. Mas não é uma coisa que defini por mim, apenas sigo um costume da família. Frequento a igreja raramente, mas benzo sempre que passo em  frente de uma. Creio no meu Deus, no meu papai do céu, mas não da maneira como defendem as mais diversas religiões.
Na vida, dou o meu melhor, luto pelo que quero, tento sempre tratar bem e fazer o bem ao próximo. Não tenho o costume de beber, muito menos de fumar. Não uso drogas, trabalho e estudo.
Julgadora? Sou sim, um pouco. Mas creio que todo mundo é, ainda que minimamente, está na essência do ser humano observar, comparar, interferir, achar certo ou errado.
Se sei alguma coisa sobre o que as religiões pregam? Se sei diferir com propriedade umas das outras? Muito pouco, quase nada. Mas sei que o meu Deus está comigo sempre e o vejo como algo além, algo maior que nós, que utilizamos para nos apoiar, para ter a quem recorrer, para não nos sentirmos pobres de espírito, vazios ou sem rumo. 
A minha ignorância na área não me permite afirmar se acredito e confio no que é passado para a população sobre os diversos santos,deuses ou até mesmo sobre o menino Jesus. A única coisa que não me convence é querer atribuir a um mundo tão evoluído princípios e comportamentos ainda antigos e não comprovados como verdades. 
Defendo a crença em qualquer área, mas sem o fanatismo, sem aquela loucura que nos impede de ver que não podemos obrigar o outro a pensar como a gente. Defendo porque somos, ainda hoje, fracos. Não sabemos, por vezes, nos guiar num mundo tão dinâmico, no meio de tantos bilhões. Nos perdemos. Ficamos frágeis, sem rumo, buscando razão por estar aqui, por existir, tentando entender o porquê de tudo, o motivo de alegrias estrondorosas e tristezas incompreensíveis. Por que eu? Por que comigo?
O ser humano precisa ter em que se apoiar, e dentre drogas, bebidas, crimes, famílias desestruturadas e amizades erradas, penso que a religião ainda seja a melhor saída para a humanidade. Se não a religião, pelo menos a crença em qualquer força maior que nós e que pode guiar um caminho que não conseguimos sozinhos.
Crer faz com que não fiquemos abandonados em meio a tantos sentimentos. Crer em alguém ou em algo. Mas não confunda a palavra crer com a loucura que sega e faz alguém acreditar que é melhor que o outro por suas convicções, que faz o homem julgador por levar uma vida que o pregador prega ser a ideal. Não tente me convencer que os dízimos abusivos me levarão para o céu, que a opção sexual vai me tornar menos ou mais merecedor do amor, ou que frequentar a igreja e dizer e postar coisas por aí vai me tornar menos pecadora.
A minha índole me define. Errar, prejudicar o próximo, cometer atos que estão a margem do que a sociedade julga como o certo e depois apagar tudo e sair pregando e condenando para mim não serve. Temos que ter em mente o que de fato somos independente de religião, antes mesmo de fazer algo de que podemos nos arrepender. Todos merecemos o perdão, a segunda chance, claro! Mas também todos temos o direito de ser quem somos e acreditar no que nos esclarece e fortalece da melhor forma, e não pelas metades.
Somos livres por lei e por essência, pois nos deixem, então, encontrar a nossa religião, aquela que nos dá razão para viver, que não está pré-determinada, conceituada, cheia de sim ou não, de certo ou errado, de pode e não pode. 

domingo, 24 de junho de 2012


         O que te faz feliz? Estamos tão acostumados e acomodados com os problemas que a vida nos traz e os problemas que criamos, que muitas vezes passamos por cima de tudo e acabamos nos anestesiando da dor, do sofrimento, do incomodo e da insatisfação que certas coisas no trazem. Fazemos isso pelo simples fato de querer evitar mais transtornos, de não querer se desgastar mais, de não querer magoar o próximo ou de não ter tempo de correr atrás do que realmente é importante. É a rotina que toma conta das nossas vidas e muitas vezes faz com que deixemos de lado a luta pelo que nos faz bem, simplesmente pelo fato de não termos mais força de lutar pelo que queremos.
            Afinal, o que é felicidade? Eu vou contra os céticos que acreditam que lutar pela felicidade é um ideal impossível de ser alcançado, que afirmam que não é possível ter esse sentimento pleno, que é mais fácil se acostumar e aceitar certas coisas trazidas pela realidade do que se entregar ao desgaste de lutar pelo que te faz feliz.
            O que é a realidade senão o que fazemos de nossas vidas? O que é a felicidade, senão a condição perfeita do que queremos para nossa vida?
Não sou tola de acreditar que é tudo muito simples, de que tudo está perfeitamente ao nosso alcance. Simplesmente vejo a felicidade como um objetivo, que depende única e exclusivamente da gente. São sonhos, vontades e objetivos que temos para a nossa vida, que muitas vezes guardamos numa caixinha e vamos deixando ali, guardados, com uma leve expectativa de que um dia conseguiremos por em prática. O grande problema é ter coragem e bom senso de tirar os empecilhos de sua vida, de saber dizer com as palavras certas as coisas certas, nos momentos certos.
             É como o velho entendimento do desentendimento de teoria e prática. Na teoria, sabemos perfeitamente o que individualmente nos faz bem e nos satisfaz, porém na prática, na coletividade da vida, no conflito de ideais, acabamos por nos perder dentre as muitas vontades e anseios existentes em nós e nas pessoas que convivem conosco. As dificuldades, os problemas e conflitos certamente existirão de uma forma ou de outra. O que muda é a perspectiva e a maneira com a qual lidamos com isso.
            O que de fundamental a felicidade possui? Para mim, o amor é o que move o mundo, sendo isso clichê ou não. É o amor que temos por nós, pelos outros e pelas coisas. É o sentimento de querer bem a si, ao próximo e ao conjunto.
            Planos, sonhos, desejos, vontades, eu tenho aos montes e isso ninguém tira! E por mais que o desânimo bata, a minha essência ninguém corrompe. Cedo ou tarde eu recupero o que é de mim, e vou em busca do que me provoca sentimento, do que me desperta amor e vontade pela vida.