Na vida, dou o meu melhor, luto pelo que quero, tento sempre tratar bem e fazer o bem ao próximo. Não tenho o costume de beber, muito menos de fumar. Não uso drogas, trabalho e estudo.
Julgadora? Sou sim, um pouco. Mas creio que todo mundo é, ainda que minimamente, está na essência do ser humano observar, comparar, interferir, achar certo ou errado.
Se sei alguma coisa sobre o que as religiões pregam? Se sei diferir com propriedade umas das outras? Muito pouco, quase nada. Mas sei que o meu Deus está comigo sempre e o vejo como algo além, algo maior que nós, que utilizamos para nos apoiar, para ter a quem recorrer, para não nos sentirmos pobres de espírito, vazios ou sem rumo.
A minha ignorância na área não me permite afirmar se acredito e confio no que é passado para a população sobre os diversos santos,deuses ou até mesmo sobre o menino Jesus. A única coisa que não me convence é querer atribuir a um mundo tão evoluído princípios e comportamentos ainda antigos e não comprovados como verdades.
Defendo a crença em qualquer área, mas sem o fanatismo, sem aquela loucura que nos impede de ver que não podemos obrigar o outro a pensar como a gente. Defendo porque somos, ainda hoje, fracos. Não sabemos, por vezes, nos guiar num mundo tão dinâmico, no meio de tantos bilhões. Nos perdemos. Ficamos frágeis, sem rumo, buscando razão por estar aqui, por existir, tentando entender o porquê de tudo, o motivo de alegrias estrondorosas e tristezas incompreensíveis. Por que eu? Por que comigo?
O ser humano precisa ter em que se apoiar, e dentre drogas, bebidas, crimes, famílias desestruturadas e amizades erradas, penso que a religião ainda seja a melhor saída para a humanidade. Se não a religião, pelo menos a crença em qualquer força maior que nós e que pode guiar um caminho que não conseguimos sozinhos.
Crer faz com que não fiquemos abandonados em meio a tantos sentimentos. Crer em alguém ou em algo. Mas não confunda a palavra crer com a loucura que sega e faz alguém acreditar que é melhor que o outro por suas convicções, que faz o homem julgador por levar uma vida que o pregador prega ser a ideal. Não tente me convencer que os dízimos abusivos me levarão para o céu, que a opção sexual vai me tornar menos ou mais merecedor do amor, ou que frequentar a igreja e dizer e postar coisas por aí vai me tornar menos pecadora.
A minha índole me define. Errar, prejudicar o próximo, cometer atos que estão a margem do que a sociedade julga como o certo e depois apagar tudo e sair pregando e condenando para mim não serve. Temos que ter em mente o que de fato somos independente de religião, antes mesmo de fazer algo de que podemos nos arrepender. Todos merecemos o perdão, a segunda chance, claro! Mas também todos temos o direito de ser quem somos e acreditar no que nos esclarece e fortalece da melhor forma, e não pelas metades.
Somos livres por lei e por essência, pois nos deixem, então, encontrar a nossa religião, aquela que nos dá razão para viver, que não está pré-determinada, conceituada, cheia de sim ou não, de certo ou errado, de pode e não pode.